O país tá cheio de problemas. Luciana Gimenez vira apresentadora nos Estados Unidos, Fátima Bernardes abandona o Jornal Nacional, Ronaldo Fenômeno engorda depois do Medida Certa. O povo acordou. E quer ver o final da Caverna do Dragão, além de um Playstation 4 mais barato. Temos esses direitos! Não tá fácil pra ninguém. Se você também acordou e vai sair de casa para protestar, não faça nada antes de ler este post, com as melhores músicas de protesto.

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Essa música fez um desserviço à cultura brasileira. Primeiro, porque é a música de abertura de qualquer show de banda de garagem formada por adolescentes recém roqueiros. Segundo, porque essa pergunta está escrita em 90% dos cartazes de pessoas que não sabem por quais causas estão lutando.


Também conhecida como "música da morte", Inútil foi uma das canções mais entoadas durante as Diretas Já. Para entender os motivos que levam à "maldição da Inútil", você tem que saber quais foram as pessoas que utilizaram a canção como forma de protesto. De acordo com a pesquisa feita pelo nosso estagiário albino, Osmar Santos tocou a música em um comício na cidade de São Paulo. E o então deputado Ulysses Guimarães citou a letra em um discurso na Câmara. Resultado: Osmar Santos sofreu um grave acidente de carro em 1994, ficando com a fala comprometida. Ulysses Guimarães morreu em um acidente de helicóptero em 1994. O corpo nunca foi encontrado.


Música: Polícia
Artista: Titãs
Ano: 1986

Polícia faz parte do álbum Cabeça Dinossauro, um dos mais punk dos Titãs. A nossa trupe de estagiários metaleiros apurou que a música foi escrita depois que Tony Bellotto (sim, aquele fdp sortudo que casou com a Malu Mader) e Arnaldo Antunes foram presos por porte de heroína. Em 2007, entrou na trilha sonora de Tropa de Elite.


Música: Alegria, Alegria
Artista: Caetano Veloso
Ano: 1967

Essa nem é uma música tão forte quanto as outras dessa lista, mas alcançou a sétima posição depois do lobby feito pela Fátima Bernardes ao colocá-la como trilha sonora de um Encontro sobre as manifestações pelo país. Na verdade, como diria nossa estagiária afrodescendente, Caetano quis embarcar no sucesso de A Banda, de Chico Buarque, e compôs outra marcha. Só que acabou criando um marco da Tropicália.


Música: Carcará
Artista: Nara Leão / Maria Bethânia
Ano: 1964

Carcará foi escrita por João do Vale e interpretada pela primeira vez por Nara Leão, no espetáculo Opinião. De acordo com uma pesquisa profunda realizada pela nossa estagiária míope, a música foi feita para contrastar com a Bossa Nova. Afinal, é muito mais fácil cantar sobre um barquinho a deslizar no mar do que sobre a realidade, principalmente após o golpe militar.



Música: Minha Alma
Artista: O Rappa
Ano: 1999

Uma das músicas mais recentes da lista, foi feita em uma época na qual o protesto visava problemas velados, como a violência policial na periferia. Composta na melhor fase do Rappa, tem uma das frases mais usadas nos protestos da "Revolução dos R$0,20".


Música: Cálice
Artista: Chico Buarque e Milton Nascimento
Ano: 1978

Essa música protesta contra o aumento nos índices de alcoolismo, já que é representada por um cálice de vinho tinto.


Ok, depois que você conseguir parar de rir dessa piada S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L, pode continuar lendo o texto. De acordo com nossa estagiária do curso de letras, a música fala de censura e tortura utilizando palavras homófonas, aquelas que tem som igual mas escrita diferente. Ou seja, cálice e cale-se.

Música: Até Quando?
Artista: Gabriel, o Pensador
Ano: 2001

Quando escreveu os versos de "Até Quando?", Gabriel não imaginava que o gigante acordaria apenas 12 anos depois. E a música que fala sobre levar porrada tema da Bruna Surfistinha voltou à tona nos protestos, inclusive aqui em Poços de Caldas-MG.



Música: Vem pra Rua
Artista: Falcão, da banda O Rappa
Ano: 2013

O tio que escreveu esse jingle, Henrique Ruiz Nicolau, nunca foi tão inspirado. Mal sabia ele que uma música que exalta a Copa das Confederações seria utilizada exatamente em protestos contra o futebol. Segundo nosso estagiário nerd, os caras do Facebook, que não são bobos, incluíram hashtags na mesma época em que #vemprarua tava bombando por aqui.



Música: Sunday, Bloody Sunday
Artista: Sambô
Ano: 2010

Engraçado como um artista nacional consegue fazer um samba, em inglês, sobre o Domingo Sangrento, episódio que aconteceu em 1972 na Irlanda do Norte. Pelo menos foi isso que a estagiária loira me passou.

Ráááá!!! Na verdade, a vencedora escolhida como melhor música de protesto é:





Rááááá! Mentira!!!!! A vencedora é:

Música: Pra não dizer que não falei das flores
Artista: Geraldo Vandré
Ano: 1968

"Caminhando e cantando e seguindo a canção" são até hoje os versos mais gritados cantados em passeatas por todo o país. A nossa estagiária de letras também ajudou nessa pesquisa e constatou que vinte versos da música terminam em ão ou ões, ou seja, é fácil memorizar uma letra dessas.



Ainda nos anos 60, a música acende a chama do protesto nas gargantas emudecidas pela ditadura militar (bonito isso, fui eu mesmo que escrevi) e acaba sendo censurada. Além disso, dizem por aí que Geraldo Vandré foi tão torturado que hoje em dia tem muitas sequelas. Mas deixou como legado essa música chata e repetitiva, mas que até hoje não foi superada. Portanto, lembre-se desse post na hora de escolher o que cantar na próxima manifestação!


GERALDO VANDRÉ, SDD DE VOCÊ E DOS JINGLES MERAMENTE PUBLICITÁRIOS!